quinta-feira, 11 de abril de 2013

Poetisa palmarina é premiada em concurso nacional



A poesia palmarina está viva e tem representantes espalhados por todo o país. A poeta Luana Tavares é uma dos 250 selecionados no "Concurso Nacional Novos Poetas. Prêmio Poetize 2013", que contou com mais de 2000 escritos. Ela é a única representante do Estado de Alagoas que tem sua poesia no livro "Poesia Livre". O concurso está na terceira edição.
A Vivara Editora abriu inscrição do concurso no final do ano passado. Cada autor poderia inscrever três poemas inéditos, de qualquer temática. Mas apenas um entraria para a coletânea. A editora queria, com esse concurso, ver como está o panorama da "nova poesia brasileira".

Luana Tavares, disse que não acreditou quando recebeu a notícia que seu poema "As Horas" estaria na coletânea. "O livro chegou segunda-feira. Eu tive uma sensação estranha ao ver o poema publicado, ver meu nome, o nome da minha cidade, União dos Palmares, é uma emoção diferente. Um reconhecimento e ao mesmo tempo sei que estou no caminho certo",. diz, e acrescenta que "o poema que passou por um crivo de especialistas, agora será também avaliado por todos que vão ler o livro/poema".

 O poema foi feito no ano passado.Lua disse que tem mais de cem poemas escritos. As Horas ocupa três páginas do livro. As edições das Antologias Poéticas são distribuídas em escolas, faculdades e bibliotecas nas cidades dos autores.

A poesia de Luana

As Horas
Sigo sem saborear as horas
À procura de algum lugar
Um lugar dentro de mim
Um lugar fora de mim
Onde possa te encontrar

Paro no meio da noite
E a estrada não tem fim
Sigo no silêncio sem a tua mão
Caminho pelo avesso
Tua voz na contramão

Sigo sem poder sobrestar
Paro sem que possa prosseguir
Mais uma noite incompleta
O dia amanhece e o sangue corre

Escorre ácido onde você não está
Deve haver um lugar
Que você não vai estar
Dentro ou fora de mim

O sangue seco é caminho seguro
Por onde sigo sorrindo no escuro
Sei que aqui teus passos rasgaram
As rosas que sangram sem misericórdia

Sigo o sangue seco das rosas
Paro em algum lugar
Dentro ou fora de mim
Toda hora é hora de te reencontrar

É tua voz outra vez na contramão
Dou de cara com o abismo alucinado
Ele quer me devorar, já passou da hora
Sinto muito, já passou da hora
Os olhos da moça bem de leve me tragaram.

Sigo sem saborear o compasso
de prazer de cada hora
Passo sem poder te olhar,
dou de cara com o futuro
Salto para dentro do presente
No teu riso quase lindo
Deve haver algum lugar
Em que você não vai estar
Não sei se dentro ou fora de mim

E a noite já se finda, salto sobre o fogo
Me abrigo na saudade do que já não há
Quer saber de fato o que sinto?
Dê de cara com um abismo
Entre então num labirinto

Sinta os fios da marionete
Ela pensa caminhar sozinha
Aí você decide mudar o ritmo do blues
Os fios soltam e de nada adiantou
Não vai andar...

Paro no tempo e o tempo não me para
Então, parta meu amor antes que me partas.
As nossas vidas curtas
Se juntas só terão triste fim

Teu beijo sempre foi um adeus anunciado
O fim sem começo
Minha boca, tua língua
É amor minha querida

Sigo sem poder sobrestar
Paro sem que possa prosseguir
Deve haver algum lugar
Que você não vai estar
Dentro ou fora de mim...


Fonte:Tribunaunião

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